quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Pequeno dinossauro emplumado

Olá, pessoal, tudo bom?

E mais um intervalo aqui no zoográfica. Felizmente, passei um bocado de tempo desenhando - me aperfeiçoando principalmente no nanquim e no desenho digital. Porém, era o momento que eu precisava escolher - ou desenhar mais que de hábito, ou fazer as postagens cuidadosas que costumo fazer por aqui. Não gosto de deixar sem um texto, ou sem ajustar a luz das imagens, ou sem colocar marca-d'água, o que inevitavelmente toma algum tempo. Mas eis-me de volta. Mais uma vez.

Um dos eventos mais notáveis ocorridos neste intervalo foi o anúncio da descoberta de um pedaço de cauda de dinossauro em âmbar. Quando eu li a notícia continuei lady por fora - mas por dentro estava gritando, pulando e chorando de emoção!

Na mesma semana resolvi fazer um esboço da criaturinha. Eis:

[nanquim e lápis de cor no caderninho A7 - 2016]

Mesmo que eu não seja desenhista científica, tentei dar uns chutes decentes. Se alguém tiver maior conhecimento e puder/quiser me corrigir, fique à vontade!

Em primeiro lugar, resolvi tentar fazer o bichinho em tamanho natural. O fragmento preservado tem cerca de 3,5 cm e possui coisa de oito vértebras, da porção média ou final da cauda. A partir daí tentei chutar estimar o tamanho total. O desenho ficou com coisa de uns 14 cm. Ele era bem pequeno. Seu gato poderia facilmente te trazer um desses de presente.

Não se sabe com exatidão a que tipo de dinossauro pertencia a cauda, mas provavelmente seria de um filhote de celurossauro (grupo que inclui tiranossauros, os "raptors" e as aves modernas) - certamente de grupos que possuíam a cauda longa. Imaginei algo similar a um filhote de algum tipo de compsognato ou espécie próxima, como o Scipionyx.

Para a coloração, segui o corpo e na cauda o padrão preservado no âmbar: claro na superfície inferior, e castanho-escuro na superior. Porém, para o pescoço e a cabeça tomei a liberdade de fazer um padrão listradinho, similar aos filhotes de algumas aves como avestruzes e emus. Parece-me plausível!

Por enquanto, é isso!

Muito obrigada a todo mundo que acompanhou o zoográfica em 2016, e espero que todos façam uma excelente passagem para 2017 :).

Hvala lijepa!


domingo, 16 de outubro de 2016

Todor [8, 6]

Здраво, mundo!

Mais um intervalo no zoográfica. Não se preocupem, estou bem. Inclusive, continuo desenhando e fazendo xilos, numa boa! Só não ando com tanto tempo para tirar fotos razoáveis e fazer textos bacanas que acompanhem as imagens. Quem sabe não retomo o ritmo... quem sabe.

E eis mais uma gravura do Toše Proeski.

 [xilogravura sobre papel - c. 18 x 10 cm - 2016]

Na verdade, planejei essa gravura meio correndo, na última semana de férias. No impulso, peguei uma daquelas imagens clássicas que todo fã de Toše faz... não podia deixar as férias passarem sem fazer uma gravura dele. Pela relativa rapidez da gravação e considerando que figura humana não é o tema com o qual sou mais familiar, até que estou satisfeita. Está começando a ficar legal. Só mais algumas matrizes pra ficar bom mesmo...

Imprimir foi outra maratona, ainda mais desgastante pelas grandes áreas escuras impressas ~com colher~. Entre tintas e papéis, por enquanto, essa gravura tem no total nove variantes (pois no Hahnemühle fiz nesse formato mais esticadinho e no aproximadamente 10x15).


Bem, mas estou com só duas cópias de cada variante, só de uma ou outra tenho três, se não me engano.

Como se não bastasse, resolvi também reimprimir o Toše nº6, achei que ele não tinha muitas cópias, e, além disso, quis testar uma tinta mais castanha.

[xilogravura sobre papel - c. 15 x 10 cm - 2016 - e ainda nem assinei!]



Sim, essa história está indo realmente muito longe, muito além do que poderia imaginar...

domingo, 7 de agosto de 2016

Microraptor


Zdravo a todos!

Continuando a série de dinossauros no caderno A7 - desta vez, com um dinossauro realmente miúdo, um dos menores (excluindo as aves, claro) descobertos: o Microraptor, criaturinha que viveu há 120 milhões de anos onde hoje é o nordeste da China.



 
Sim, acreditem, pessoas, esse trem cheio de pena que não devia pesar 1kg é dinossauro sim, não ave! Até nas pernas ele tinha asas. Impressionante, não? E não tem desculpa, as penas estavam todas carimbadas no fóssil. Tão bem carimbadas que deu até pra ter uma ideia dos melanossomos: provavelmente o bichinho era preto brilhante; tentei fazer os efeitos óticos com caneta nanquim 0.1 e 0.05.

A libélula no segundo desenho não foi aleatória. Já encontraram indícios de mamíferos, aves e peixes em barriguinhas fossilizadas de Microraptor, mas eu não imagino que ele tenha motivos para rejeitar um lanchinho de inseto. Tive a paciência de virar a internet acadêmica e achar um pdf parcialmente em chinês para ter uma referência de libélula da mesma época e local do Microraptor... não que eu tenha desenhado direito... mas ao menos eu me esforcei na pesquisa.

Por enquanto, é isso... obrigada por acompanharem, até mais!

domingo, 24 de julho de 2016

O fabuloso "oviraptor" (ou não)

Mais um esboço finalizado com caneta nanquim, agora só na 0.5. Dessa vez, não cometi o erro de escrever o nome científico do bicho, assim não dá pra cobrar precisão no nível da espécie. Fiz esse baseado no Citipati osmolskae [curiosidade que descobri agora: a segunda parte do nome é uma homenagem à paleontóloga polonesa Halszka Osmólska (1930-2008). Sim, garotas, nós podemos!].



Se eu não acertei na espécie, devo ter acertado na família Oviraptoridae. Existe uma grande confusão entre o Citipati e o Oviraptor, que são muito semelhantes. Este segundo foi descrito bem antes, em 1924, mas a partir de materiais muito mais fragmentários. Outra confusão está na ideia do "ladrão de ovos", já que esses, fossilizados, algumas vezes se encontravam junto aos fósseis dos adultos e indicariam a provável alimentação. Porém, novos materiais e estudos ao longo da década de 90 consolidaram o conceito de que os animais estariam chocando os próprios ovos. Possivelmente, longas penas nas asas ajudariam nesse processo.

Espero que vocês gostem de dinossauros. Estou animada com o tema e fazendo vários no caderninho A7!

Lijep vikend svima!

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Mini Uberabatitan

Zdravo, galera!

Uma mini-postagem para um mini-desenho ^__^


E que melhor maneira de começar um caderninho A7 miudinho usando adoráveis canetinhas nanquim 0.1 e 0.05 para fazer o esboço de um Uberabatitan riberoi - simpática criaturinha que devia ter uns 15 ou 20 metros de comprimento? Ele viveu no fim do período Cretáceo (entre 70 e 65 milhões de anos atrás) e seus fósseis foram encontrados na região de Peirópolis (há um excelente museu por lá!).

Depois eu pensei: "compensava mais ter feito um saurópode genérico, né". A ideia seria fazer um tentativa desenho razoavelmente preciso, ainda que bastante decorativo. As proporções devem estar bem erradas, acho que só as patas da frente devem estar ok, com os metacarpos arrumados como uma coluna e nada de dedos. Bonitinho para um titanossauro sem especificação. Mas depois vi que tinha passado a nanquim o nome e simpática interjeição.... e aí já era :D.

Bom fim de semana a todos!

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Balaur bondoc

Não disse que teríamos mais criaturas emplumadas no blog? Mas por essa vocês provavelmente não esperavam :)

Por motivos de "chegar na modinha 25 anos depois", tenho passado bastante tempo lendo sobre dinossauros, em especial a relação dinossauros/aves. É fantástico ver todas as curiosidades da minha infância virarem fumaça com novas descobertas, e se imaginar em quanto tempo as definições de agora ruirão. Ou ver como as definições mudam rapidamente. E o Balaur bondoc é um excelente exemplo.


[caneta-nanquim 0.1 sobre papel c. A5 + colorização digital no GIMP - 2016]

Ele tinha coisa de uns dois metros de comprimento, um pouco menos, e de altura dava um pouco acima dos joelhos de um humano. Viveu há cerca de 70 milhões de anos no que era uma ilha, mas hoje é na Romênia. Tá, confesso que o nome científico do bicho já chamou a minha atenção. Balaur é o nome de um dragão do folclore romeno, e bondoc, do mesmo idioma (mas derivado do turco), pode ser aproximadamente traduzido como "parrudo". Esse nome foi escolhido pois o material encontrado (ossos das asas, pernas, vértebras - infelizmente, por hora, nada de crânio) aponta para um animal de constituição especialmente pesada para seu porte.

Uma das suas características mais impressionantes (e bem-preservadas) do Balaur é a composição do pé. Vocês estão lembrados aquela garra maior e mais curva que o Velociraptor tinha nos pés? Então, o Balaur teria duas. garras. daquelas. em. cada. pé. Isso e a estrutura robusta levaram a crer que ele seria um um predador que dependia mais de força que de velocidade. Essa era a descrição inicial em 2010.

Porém, uma olhada a mais nos fósseis, em 2015, conta outra história. O grau de fusão dos ossos das asas e pernas lembra um pouco o de aves, e o formato da bacia é consistente com uma barriga que possa conter intestinos mais longos, ideais para uma dieta onívora ou herbívora. E as garras? Talvez fossem auxiliares para subir em árvores e suportar o peso do animal. Tudo isso fez com o que o Balaur passasse de "um primo chegado do Velociraptor" para "um primo um pouco mais chegado das aves".

O que não vem a ser, assim, uma grande mudança, na real.

Eu não faço a menor ideia se essa minha reconstituição está "cientificamente precisa". Muito provavelmente, devo ter errado em coisas significativas, mas nas quais não posso nem reparar, pois são itens de especialistas. E também exagerei de propósito o aspecto decorativo do desenho das penas. Talvez um pouco a mais. O padrão de cores começou baseado no ganso Anser cygnoides mas depois eu mudei, as asas baseadas no pavão Pavo cristatus, e a garganta em alguma espécie de Galliformes que não lembro qual é. De todo modo, procurei fazer o meu melhor! E o quanto estudei de aves nos últimos tempos me ajudou um bocado.

E, para encerrar, escrevi o nome científico em um antigo alfabeto romeno que tem uma vibe de cirílico. Não podia deixar a chance passar :)

La revedere!

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Aves minimalistas

Boa noite, pessoal!

Se dá pra resumir a prática artística em uma frase, resumiria citando o bom e velho Van Gogh: é preciso bater no ferro enquanto ele ainda está quente. A máxima vem precedida de um alerta: devemos lembrar-se então que nem sempre foi assim, e que no futuro haverá também muitos dias pesados, sem inspiração.

Sim, esse intervalinho no zoográfica (será que mais alguém o notou, além de mim?) deveu-se sobretudo a um desses períodos. Não se preocupem, pessoalmente estou bem, li bastante e continuei estudando carinhosamente os idiomas eslavos meridionais, só não estava realmente no clima de desenho. Esboços para um ou outro projeto mais longo (de gravura e de desenhos mais detalhados) entrelaçaram-se lentamente, estacionaram como massas que precisam descansar enquanto age o fermento, e nada mais. Sessões de desenho se reduziram a passeios com hora marcada, explicitamente reservados a isso. No entanto, creio eu, o trabalho de um dente de ovo finalmente está a romper a casca.

Reservei uma tarde para visitar, mais uma vez, o Museu de Zoologia. Procurei estudar especificamente, nesse dia, os padrões de plumagens de Anseriformes e Galliformes. Tirei alguns esboços, mas gostei bastante desse aqui da codorna-amarela que achei super minimalista (leiam o termo da maneira popular, nada a ver com o movimento artístico):

 [lápis azul non-photo que mal dá pra ver, grafite e sobretudo caneta-nanquim 0.1 sobre papel Fabriano - c. A5 - 2016]

Eu disse Galliformes? Bem, olhei o bicho redondinho, li o "codorna" e assumi isso, e continuaria assim forever, se não estivesse usando o tempo que poderia dedicar ao desenho para ler sobre aves. Aí por acaso descobri que a Nothura maculosa é na verdade dos Tinamiformes, grupo que, apesar de ter exemplares voadores, é bem chegado das ratitas (ou seja, aves que são uma nulidade no vôo a ponto de perder aquele osso do peito da hora em forma de quilha, como são avestruzes, emas, kiws... bom, e, curiosidade a mais, isso provavelmente aconteceu mais de uma vez na história das aves ^^). No final, tudo bem: paleognatos (tinamoformes + ratitas, que têm um design oldschool do palato) também estavam no foco dos estudos B-).

Aproveitando, lembrei de um esboço ~minimalista~ que gostei muito, mas não cheguei a publicar. Fiz em outro passeio especialmente dedicado a desenhar, desta vez no Horto. Não me lembro em que dia foi, mas está depois do crânio de lhama e antes do crânio de arara, então foi feita entre janeiro e abril deste ano:

[lápis sanguínea e sépia sobre papel marfim - c. A5 - 2016]


Por enquanto, é isso, mas espero trazer mais criaturas emplumadas para o blog em breve :).

Lijep pozdrav!

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Todor [7]

E mais uma gravura do Toše Proeski.

[xilogravura - 2016 - c. 15 x 10 cm]


Definitivamente essa não é uma foto que euzinha Viviam escolheria para fazer uma gravura, por vários motivos. Um deles é que apagaram as pintinhas no rosto do rapaz - marquinhas estas que tornam a sua aparência ainda mais agradável, e que todos os bons desenhistas de Toše Proeski conhecem de cor. Mas como eu estava respondendo ao desafio "fazer uma gravura de Toše com referência escolhida pelo coleguinha"... então vamos lá.

Esse trabalho foi realizado ainda em março. Não publiquei antes porque resolvi mandar algumas cópias de surpresa para o amigo em questão, na Macedônia, e elas demoraram um tempão para chegar. Ele merecia a estreia ^^.

Foi uma gravura bem difícil de fazer, e o resultado me surpreendeu; parece algo além de mim. Se vocês olharem com atenção dava até pra escrever sobre muitas, muitas referências... mas ia ficar um texto pedante e sem-graça, por isso deixo essa tarefa com a imaginação do visitante. Só digo que ficou com cara de gravura popular latino-americana. Não me perguntem de onde eu exatamente tirei isso. Acho que é porque é uma xilogravura, de um tema popular, e feita na América Latina.

Como já sabemos, costumo fazer as séries em papéis de várias cores.



Resolvi tirar umas cópias com tinta azulada também (e papéis de mais cores!)


E aí eu aproveitei e tirei, com a tinta azul, mais algumas cópias de matrizes anteriores :3.




Eu continuo me surpreendendo com o quanto essa história está indo longe :D

Голем поздрав ^^!

terça-feira, 19 de abril de 2016

Mais estudos

Bunã dzua, mundo :)

Mais alguns estudos do Museu de Zoologia da USP. Todos foram feitos em grafite (uma lapiseira 0.5 com grafite 2B + um lápis 6B) sobre papel marfim, aproximadamente no tamanho A5 (mais precisamente, estão em um caderno de campo).


[Duas vistas de um crânio que me parece ser de arara, mas não saberia dizer qual espécie. Mais uma pra série "se eu soubesse que ia ficar legal, tinha feito em papel chique"]


[Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla). Notem minha paciência se esvaindo na hora de fazer a cauda xD Mas está um esboço razoável B-)]


[Esqueleto de urso de óculos (Tremarctos ornatus). Curti tanto o delineado que nem resolvi sombrear. E meu pique de fazer vértebras está crescente, quem sabe não atinjo a decência em algum momento!]


Olhando assim e pensando bem, até que desenhei bastante: todos esses saíram em uma mesma tarde...

Obrigada por acompanharem e até a próxima!

terça-feira, 29 de março de 2016

Museu dos Dinossauros - Uberaba

Hoje o poste será um pouco diferente. Não é segredo para ninguém que eu adoro museus de história natural. Recentemente tive a feliz oportunidade de visitar o Museu dos Dinossauros em Peirópolis, Uberaba; é em um bairro um pouco afastado da cidade, mas recomendo vivamente, vale demais! Eis alguns registros fotográficos do passeio :3

(Vista geral de uma das salas. Destaque para o Uberabatitan, bichinho cujos fósseis foram encontrados na região)

(Antigo crocodilomorfo Uberabasuchus terrificus. Nunca tinha ouvido falar dele, e pirei nesse crânio!)

(Um exemplar do grupo Maniraptora, todo felpudo, em uma representação de PENAS! Muitas PENAS!!! E, se reclamar, por mim colocava até mais :D. Que o primeiro Jurassic Park tenha mentido para a gente, tudo bem - pelo que sei as pesquisas na época do filme não apontavam com tanta firmeza para esse lado. Mas em 2007 acharam marcas de encaixe de penas no osso de um Velociraptor, então não tem desculpa para os materiais mais recentes :D. Ah, dinossauros, mais legais a cada novo estudo!)

(Amey essa vitrine do Camparemys langertoni, um comparativo: "o que as pessoas encontram vs. o que elas concluem a partir daí")

(Modelo do esqueleto do titanossauro :3)

[Detalhe de placas, painéis e mobiliários. Aparentemente os corrimãos/corrimões (LOL descobri que dá pra usar esses dois plurais!) são de trilhos de trens, o que faz sentido já que o local é uma antiga estação ferroviária. Adorei a existência desses elementos esteticamente agradáveis!]

(Reconstituição de abelissauro e detalhes das patas)

(Modelo do esqueleto e da aparência em vida do Campinasuchus dinizi - achei show de bola!)


(Vista geral do espaço)

(Um dos modelos na área externa do museu, tem vários, mas esse consegui tirar foto sem aparecer crianças em volta :D)

Agradecimentos especiais ao Jair (благодарам многу!) e família pela adorável companhia, suporte e hospitalidade (espero não ter assustado ninguém com minha animação feliz no Museu xD).


 (Ah, e obrigada pelos pãezinsdiqueij. Nhomnhomnhomnhom!)

---

PS: Hoje o zoográfica completa sete anos (!!!). É meio maluco olhar as postagens antigas. Ver o quanto o meu trabalho mudou nesse tempo... o quanto variou o ritmo das postagens, às vezes frenéticas, às vezes lacônicas... o quanto mudou, afinal, o objetivo desse blog... e o quanto, aliás, minha vida mudou. Para aqueles que não conhecem o zoográfica desde o seu início, fica meu convite para que vocês deem uma espiadinha nos arquivos, será bastante divertido. De todo modo, agradeço imensamente às visitas de todos!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Todor [6]

Bunã dzua, gente boa :)


[xilogravura - 2015 - c. 15 x 10.5 cm]


Primeira gravura 100% 2016 - e mais uma do Toše Proeski.

Desta vez, resolvi pedir para um amigo meu (o maior fã de Toše no Brasil, surprise surprise, people, vocês achavam que era eu :D?) escolher as referências. Ele separou três fotos (por curiosidade e coincidência, uma que eu já tinha tentado trabalhar, sem sucesso >_<), e dentre essas três eu escolhi uma. Foi bem interessante e mais desafiador que a média, já que, quando eu escolho as fotos, já vou com olhos de gravura, pensando em todo o processo, no contraste, na definição, até na composição. Além disso, posso me poupar de algumas dificuldades, do tipo "ah, não, tá sorrindo muito, não vou tentar gravar os dentes :P".

A primeira matriz que tentei não deu lá muito certo. Para a segunda, devo confessar que fiz um trabalho prévio no computador para extrair esse alto-contraste... mais um passo no telefone-sem-fio da criação da gravura, e outra influência estética (já que costumo fazer gravuras com algum efeito de meio-tom, além dos claros e escuros). No final, lembra um pouco o encarte do Igra bez granica ^^.


[Na primeira fileira: cópias em papel Fabriano, Fabriano e Hahnemühle. Na segunda: papel Fabriano, o papel oriental com floquinhos brilhantes e novamente outro Fabriano.]


[Escalinha de Fabriano :3]

Várias e várias cópias, e algumas delas já estão em posse de fãs. A carinha de felicidade dos envolvidos chega a comover :')...

Nesses dias também tirei algumas cópias do Toše nº 5, fazendo um degradê do azul para o preto. Infelizmente não consegui tirar no papel oriental com floquinhos brilhantes, estava apenas com a colher pequena e acho que isso influenciou, as cópias dançaram e borraram um pouquinho... de todo modo, saiu uma série no Hahnemühle e em alguns Fabrianos coloridos.


[Aquele momento "se eu soubesse que ia ficar ~taum~ legal, tinha cortado mais papel"]

Realmente essa brincadeira está indo bem longe, muito mais do que pensei!

Mas, como diria o velho Van Gogh, é preciso bater no ferro enquanto ele ainda está fervendo :)...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Conchinhas fósseis e outras curiosidades do Fim do Mundo

Recentemente, a fofíssima Ana, colecionadora de cartões postais e fã de trens, fez uma gentil menção sobre os cartões postais de Ushuaia. (Olha, eu é que tenho agradecer pelo cartão do Toše Proeski, e todos os demais ^^). Isso me lembrou que eu tenho alguns rascunhos fueguinos, que até hoje não publiquei no blog (se bem me lembro, são todos do Museu Marítimo). Pode ser uma boa, já que ultimamente não tenho postado tantos esboços de cadernos de campo e talvez vocês estejam sentindo falta. Divirtam-se!

[caneta nanquim sobre papel - 2014 - aprox. A5 - é um esqueleto de pinguim gentoo, Pygoscelis papua]


[grafite e caneta nanquim sobre papel vegetal - 2014 - aprox. A5 - um monte de fósseis de conchitas] 

[caneta nanquim sobre papel vegetal e lápis de cor, sim, colori pelo verso do papel, igual mapa; cafona, né - 2014 - aprox. A5 - mais uma concha fóssil e dois não-pedaços-de-bananas]


Gracias ^^

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Capivara falando здраво - gráfico de ponto cruz

Olá, mundo!

Apenas um gráfico de ponto cruz, que fiz rapidão para ilustrar alegremente o material didático de um curso. Uma participante me pediu o gráfico para bordar, então eu resolvi aproveitar e deixar essa pequena pérola na ~internet~ (vale lembrar, exclusivamente para uso pessoal e não comercial, eu ainda tenho esperança deixando esses recados).



O programa que gerou esse gráfico fofo e retrô é o software livre Crosti.

Sinceramente eu não tenho a numeração das cores, fiquem livres para escolher o que vocês acham legal.

Espero que vocês possam se divertir com isso. Vai que precisa bordar uma toalha para surpreender seus convidados sérvios e macedônios?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Todor [2,5] + numeração

Fiz mais algumas versões da gravura nº 5 do Toše Proeski, e reimprimi também a nº2.



Não achei para comprar o papel com floquinhos prateados e dourados, então levei um com brilhinhos azuis no lugar do prata... é um pouco mais ~festivo~, mas ficou bacana. Devo dizer que a gravura do Toše e da pomba foi *bem difícil* de imprimir nesse papel (na colher, como sempre, talvez na prensa seja sossegado), você tem que imprimir de maneira muito rápida e decidida pois o papel dança bastante. Isso varia de matriz para matriz - quanto mais escura, mais difícil, aparentemente (os marcadores foram mais tranquilos de imprimir). Além disso, precisa reparar em como as manchinhas conversam com a gravura! Mas consegui tirar uma série pequena, super valeu.

A próxima talvez seja com a tinta fazendo um degradê do azul para o preto... tirei apenas duas cópias, no papel oriental liso. Parece promissor :).

Aproveitei também e tirei ~mais algumas cópias~ da gravura nº2 do Toše (por enquanto, é a minha favorita dessa série!), não só nos papeis "floquinhos coloridos" mas também em alguns Fabrianos e em um outro papel lisinho.



Quem já viu minhas gravuras de perto, talvez já tenha reparado em algumas peculiaridades da numeração... só um toque, realmente não faço essa coisa a sério. Eu me lembro de uma anedota real [/carece-de-fontes] na faculdade. Uma pessoa comprou uma gravura e comentou com o artista (se não me engano um bam-bam-bam japonês do século XX): "Ué, não tem numeração?". Então ele simplesmente pegou a cópia, colocou um número qualquer e pronto.

Não chego nesse nível, mas minhas numerações são francamente confusas. Acontece que gosto de imprimir várias versões da mesma gravura, com várias cores, em vários papeis. Aí sempre sai umas séries minúsculas de duas-três cópias. E uma eu numero com números mesmo. Outra com numerais romanos. Depois letra. Cirílico. Glagolítico. Etc.

Isso quando numero, claro. Por exemplo, não tinha numerado as gravuras do Toše até agora e, como algumas estão lá na Macedônia, eu realmente não faço a menor ideia de quantas cópias existem.

Dessa vez resolvi juntar todas as versões de uma mesma matriz em uma série só, e numerei em cirílico. Assim, sinceramente, tenho mais noção de quantas cópias tirei. Ficou engraçado que foi até a letra "о" que parece um zero... e várias letras cirílicas parecem números... outras parecem com letras usadas em matemática (agora percebi que mais uma cópia eu chegava no "п" que é Ctrl + C Ctrl + V do "π")... enfim, então ficou uma série hilária de frações impossíveis.

[seis sobre zero, Euler sobre zero, três sobre zero, imaginário de eletrônica sobre zero e o indeterminado *zero sobre zero*]


Sim, eu fiz toda essa enorme explicação técnica ~apenas~ para exibir minha piadinha matemática. Rir é opcional :D

Pozdrav!

Todor [3, 4] + processo xilográfico

Добро утро, pessoal! (Ainda mais em feriado, não?)

Hoje, resolvi dividir um pouco do processo de xilogravura. ~Especulo~ que a maioria dos visitantes daqui devem ser meus amigos, e que eles já conheçam o processo de xilogravura... mas, mesmo assim, vou publicar. Talvez alguns não conheçam em detalhes.

Na verdade, essas fotos são de setembro, da impressão das matrizes n°3 e n°4 do Toše Proeski.

Divirtam-se!

[Matriz. O primeiro passo é planejar o desenho. Lembre-se, vai sair espelhado no final! A dica é deixar uma área bem escura, outra em branco - é a que você vai cavar com as goivas-, e algumas áreas com hachuras/padrões/etc. como meio-tom. Isso é apenas dica, não uma regra! Outros esquemas também podem funcionar perfeitamente :)]




[Entintagem. É a hora da sujeira! O rolo é para espalhar a tinta]




[Impressão. Você pode usar uma prensa se você visitar um ateliê ou for ~rhycah~ o bastante, mas eu vou de colher.]


[Gravura impressa! Só que ao contrário B-)]