segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Estudos

Boa noite, meus amigos, boa noite, vizinhança!

Alguns estudos de caderno de campo (mais um caderno A5 com miolo em papel marfim). Esta primeira peça, um crânio bovino, é do acervo do Museu de Anatomia Veterinária da USP. É um experimento em lápis de cor, não o preenchi totalmente, e, como foi um estudo de observação, vai ficar assim :v




As demais são peças do Museu de Zoologia, também da USP, e de observação. Apesar de serem ossos e uma taxidermia, fiz com lápis ~sanguínea~

[esqueleto de pavão (Pavo cristatus)]

[esqueleto de urso-de-óculos (Tremarctos ornatus)]

 [esqueleto de toninha, não me lembro o nome científico, deve ser a Pontoporia blainvillei]

[tatu-bola, eu não vi mesmo o nome científico, o gênero é Tolypeutes. Não desenhei o Pokémon em detalhes, eu já estava cansada depois de algumas horas esboçando, em pé, dêem um desconto, por favor! :D]

Já há alguns anos dedico-me a desenhar esqueletos e outras peças de museus - com mais regularidade enquanto estava na faculdade, claro, mas agora é sempre que posso. Tenho a impressão que nos últimos meses tenho melhorado um pouco minha compreensão de anatomia. Só mais recentemente passei a me dedicar mais às aves; todo o esqueleto é bem distinto do de mamíferos, acho que estou o compreendendo melhor, e fico feliz com isso. Por hora, foquei no sistema locomotor (como vocês podem ver pelo que desenhei, ou omiti), mas já bateu aquela vontade de desenhar até as vértebras :)

Ah, e se vocês gostaram, confiram também os estudos do Rodolfo Leão :)

Поздрав! :)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Bosque de pinheiros

No capítulo anterior:

"Não gosto de prometer ~arte~, sou imprevisível até para mim, mas estou realmente empolgada com o retorno ao lápis de cor! Provavelmente teremos mais alguns experimentos coloridos por aí :)"

Aí vem a pessoa e, mais de duas semanas depois, posta mais um monte de desenho com caneta-pincel-nanquim. Muito bem, Viviam. Pensem pelo lado bom, eu sou tão correta que não consigo dar spoiler nem do meu próprio blog B-)!

[caneta-pincel-nanquim sobre papel - c. A5 - 2015]

[recomendo clicar para melhor visualização :3]

São esboços de caderno de campo (neste caso, mais pra mato mesmo :D). Talvez vocês tenham percebido que esses pinheiros foram no mesmo esquema dos sapinhos e dos pavões. Tanto que resolvi igualmente resolvi testar uma composição com várias páginas...

Agradeço a todo mundo que acompanha as surpresas deste humilde blog :)

Поздрав!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Andorinha e puma - lápis de cor

Bunã dzua!

Estão lembrados da andorinha do post anterior? Então :)

 [lápis de cor sobre papel - c. A5 - 2015]

Ultimamente ando desenhando muito mais aves, mas resolvi ver o quanto ainda consigo colorir coisas felpudas e fiz um puma (Puma concolor).

[lápis de cor e aquarela sobre papel - c. A5 - 2015]

Na verdade, só usei um cadinho de aquarela branca para fazer os bigodinhos e alguns detalhes.

Não gosto de prometer ~arte~, sou imprevisível até para mim, mas estou realmente empolgada com o retorno ao lápis de cor! Provavelmente teremos mais alguns experimentos coloridos por aí :). Dicas, críticas construtivas e comentários são bem-vindos.

Até mais, bom fim de semana para todo mundo!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Andorinha - WIP

Zdravo, mundo!

Trabalho em andamento - uma andorinha (Hirundo rustica) em lápis de cor.


[lápis de cor sobre papel - c. A5 - 2015]

A bem da verdade, como vocês podem conferir nas postagens recentes, há bastante tempo não trabalho combinando cores. Eu não tenho certeza do quanto os bordados contam (já que é bordado, não quipo... tum-dum-tsss), na minha cabeça são bem mais gráficos. O mesmo vale para as recentes pinturas sobre parede: por mais que tenham me devolvido o prazer de colorir com tintas, são muito mais um trabalho de desenho e padronagem. (Pessoas-não-muito-habituadas-com-artes-plásticas, por favor, se isto estiver confuso, comentem, eu tento explicar melhor!)

Então resolvi retomar o trabalho com lápis de cor, para ver se e o quanto eu ainda sei fazer.

É. Acho que ainda sei fazer :).

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Pavões - esboços

Olá :)

Apenas alguns registros e memórias de um bonito dia alimentando fazendo amizade desenhando pavões.


Foram feitos em um caderno artesanal, tamanho aproximadamente A5. Nesta primeira imagem, dá pra ver a linha no miolo. A costura é copta. Os primeiros esboços foram a lápis, os demais, foram com aquela caneta-pincel-nanquim.



(Nessa hora começou a chover, não sei se dá pra ver alguns borrõezinhos :P)



Esboço mais detalhado que consegui, uma fêmea empoleirada. De perto, as fêmeas são tão bonitas quanto os machos, e, aliás, mesmo sem a cauda espetacular (pela época do ano, presumo, estes pavões estavam com a cauda curta), essas aves não deixam de ser bonitas...

Голем поздрав!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Pena em henna, de observação

Zdravo a todos =)

Estava pensando em fazer alguma henna comemorativa sobre o Dia de Muertos mexicano (quem me conhece há mais tempo, sabe que esse evento me fascina muito antes de ter virado modinha :P). Tentei desenhar um crânio de puma decorado, mas... definitivamente, não rolou. Então, como eu estava com vontade de fazer uma henna mesmo assim, mudei de ideia e resolvi fazer uma pena, de observação :).

(Conforme comentei no chat com um amigo meu, nesses dias: parece que às vezes a criatividade faz o que ela quer, não o que a gente quer xD...)

Comecei traçando com lápis de olho, é uma maneira de esboçar um motivo em henna antes de aplicar. Depois vem a aplicação da henna em si, então você tem que passar selante, enfaixar, dormir, acordar, remover a henna e ainda esperar um tempo para escurecer.




Pensei em desenhar uma pena que eu ~acho~ que é de coruja (alguém consegue me confirmar? Imagino que seja do gênero Asio), mas acabei escolhendo a de pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens), uma fêmea. É uma pena que já desenhei e redesenhei várias vezes, uma das minhas favoritas!

Foi uma experiência divertida e interessante, já que o desenho para henna tem suas especificidades, sua própria história, suas próprias referências... e é tudo bem diferente do desenho de observação.

Obrigada por acompanharem, até mais =)

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Sapinhos

Zdravo, pessoal!

Apenas uma postagem ligeira dos bons, velhos e saudáveis cadernos de campo, de observação. É uma pequena série de sapinhos fazem hum-AH-huum! - ou rãzinhas, enfim, anfíbios não é exatamente meu forte e não sei se dá pra identificar a partir desses esboços imprecisos.



Comecei com a caneta-pincel-nanquim, e só depois de observar bem os bichinhos, ao fazer os desenhos rápidos, que parti para um esboço um pouco mais detalhado, com lápis de cor azul e grafite. Eu fiquei encantada com essas criaturas simples e muito feliz com a oportunidade em me demorar desenhando, eles são muito bonitinhos... de algum modo, parecem gatinhos encolhidos ^__^.

O papel é vergê e o tamanho da página é aproximadamente A6. Eu ia postar como cinco desenhos separados, mas resolvi testar uma composição das páginas no computador. É interessante ver como desenhos separados acabam conversando entre si :). E recomendo clicar na imagem para melhor visualização ;).

Até mais!

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Todor (4)

E mais uma gravura do Toše Proeski :)

[Još jedan stepenik drvorez - xilogravura -  c. 18 x 10 cm - 2015]

A tinta está com um brilho um pouco estranho porque ainda não secou, mas eu estava realmente ansiosa em fotografar esse trabalho! Por enquanto, imprimi no papel castanho-alaranjado, papel de arroz e papel oriental com floquinhos dourados e prateados.

Aproveitei e tirei mais uma cópia de outra gravura anterior, achei que ia ficar legal no papel castanho-alaranjado, eu só a tinha em papéis mais claros.

[xilogravura - 14 x 8,5 cm - 2015]

Realmente estou empolgada com esse tema. É uma mistura de desafio gráfico com meu lado adolescente balcânica... um pouco difícil de explicar.

Ou não, talvez não precise exatamente ser explicado...

Até breve!

Xilogravuras a partir de carimbinhos

Com a anuência do Rodolfo, estou republicando aqui no zoográfica as xilogravuras que ele fez, com a minha anuência, a partir dos carimbinhos (1 2 3) que fiz na oficina da Isadora Ferraz :) (frase propositalmente estruturada como uma matrioska xD).







[gravuras do Rodolfo]

Ele regravou, em madeira e bem maior, cada marca dos carimbos - rebarbas, sobras, traços... não me parece muito comum essa proposta de trazer tão completamente um desenho (até o gestual!) de um meio para o outro. Meu cérebro achou um barato essa mudança de escala!

Pozdrav!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Autotravessia

O zoográfica é meio quântico. Eu passo um tempo sem postar ou sendo lacônica, aí ~do nada~ os artigos aparecem em pacotes!

[/início-de-uma-enorme-contextualização-pessoal-que-fará-este-blog-parecer-algo-de-1999-ou-2000]

Já fazia muito, muito tempo que eu não pintava. Depois que saí da faculdade, não arranjei mais ateliê, e fica bastante difícil pintar a óleo (ou mesmo acrílico) em apartamento. Esse não foi um processo rápido, e não foi apenas uma questão de falta de espaço. Com o tempo, pensei em mercado também. Por mais elitizado que seja o que se chama de "arte", em parte fui passando da pintura para a gravura por esta última, em todos os sentidos, atingir um público cadinho mais amplo: você tira várias cópias, elas ficam mais baratas, é muito mais tranquilo para guardar e organizar em casa, é super fácil de mandar pelo correio e espalhar pela garrafa de Klein pelo planeta, trocar... enfim, é tudo mais leve.

Mas razões não são a única razão, e a pintura, mesmo não tendo mais a primazia (LOL que palavra bonita, nunca uso xD), não deixa de me tocar.

Há mais tempo ainda, eu tinha outro assunto a resolver: as paredes do meu quarto. Elas têm camadas e mais camadas de rabiscos de toda a minha infância, família, primos, amigos, visitantes, contas, adesivos, rascunhos... muito lindo e poético durante alguns anos, mas chega uma hora que fica bem cansativo. Só que a minha vontade de arrastar todos os móveis de ter todo aquele trabalho de deixar tudo lisozzZZzZZzzZzz.........

[/fim-da-contextualização]

Então há alguns dias tive uma *brilhante ideia* que resolve, simultaneamente, a vontade de pintar e a necessidade de mudar a cara de uma parede: substituir os rabiscos de crianças antigos por rabiscos de criança grande!





Não me perguntem sobre materiais. Parte é combinação de cola e pó xadrez, e parte tem também tinta de parede a base d'água. Considerando a quantidade de giz de cera envolvida no desenho anterior e que, por enquanto, sequer me dei ao trabalho de lixar, não sei o que acontecerá em um prazo maior. Tudo bem, muitos artistas têm sua vontade de ser Leonardo da Vinci, e já que ser uma Tartaruga Ninja um mestre da Renascença é um pouco difícil (por motivos de: não, não estou na Renascença, só pra começar), é melhor pintar uma parede de modo tecnicamente duvidoso.

Talvez vocês gostem mais de desenho de criança pequena que de uma tentativa de Beatriz Milhazes feita pela Dona Cecília. Mas, como eu mencionei, as paredes estavam desgastantes com o tempo, e nem estava esteticamente bacana.



Além disso, é um projeto que me tomará muitos meses. É muito mais tempo que simplesmente pintar tudo liso, mas me deixará ocupada e motivada - e com certeza será muito, muito menos tedioso!

Pozdrav :D

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Rena de henna

Acreditem em mim, eu só me toquei do grau do trocadilho envolvido ao relatar ao telefone "agora estou fazendo uma rena de... não, péra o.O".

[A rena/henna recém-desenhada.]

Rabisquei esse motivo em um papel de rascunho, sem qualquer compromisso, e achei que ficaria bacana na pele. E resolvi fazer no (im)pulso.

[De oito a doze horas depois, você pode remover a henna - mas a rena fica xD. O tom é alaranjado.]

[E só no dia seguinte, ou no outro, fica mais escuro. Na verdade, ela já escureceu um pouco mais, mas ainda não fotografei. Com o passar dos dias e a renovação da pele, vai desbotando. Eu gosto dessas mudanças!]

Imagino que tirei esse desenho aleatório de rena do clima da exposição do Kandinsky no CCBB. Sinceramente, eu não consigo apreender os trabalhos mais famosos do Kandinsky, o que não me traz a menor preocupação: gosto bastante de alguns trabalhos menos famosos dele, e a teoria das cores no "O Espiritual da Arte" é simplesmente fenomenal! Além disso, a exposição traz uma fantástica contextualização de arte popular. É claro que eu reparei mais nos cavalos e pássaros :)...

Lijep vikend svima!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Gavran - WIP

*Pessoa observando o desenho a distância*: Que legal, Viviam, o que você está desenhando? Um passarinho? Um pintassilgo?
-Eu-: Não, é um corvo ^__^
*Pessoa observando de perto*: Achei que você estivesse desenhando um pássaro fofo...
-Eu, levemente indignada-: Mas corvos são fofos!





Para mim (e mais um monte de gente), estão entre as aves mais inteligentes e surpreendentes que existem. Eles reconhecem pessoas, falam, usam instrumentos, fazem truques... quando penso em corvídeos, as primeiras palavras que me vêem à mente são sofisticação e bom-humor.

É um trabalho ainda em andamento, papel aproximadamente A5, com esboço em lápis de cor azul e finalização com caneta nanquim 01. Estou tentando não "somente" descrever os detalhes da ave, mas também fazer um trabalho de brilho e volume. Vamos ver como sai :)

Lijep pozdrav svima!

Esboços: gansos (e uma garça pequena aleatória)

Zdravo, pessoal!

Continuando firme os estudos de aves... o pedalinho cisne e a gaivota do capítulo anterior estão um pouco parados, mas ontem resolvi fazer alguns estudos de gansos, de observação.

[O ganso de perfil ficou com uma cara engraçada, né?] 


[~mas q garcinha~]


O tamanho das páginas é aproximadamente A5. São desenhos de caderno de campo, em lápis de cor e caneta-pincel. Tentei trazer para o desenho de observação alguns detalhes (em especial a respeito das penas) dos estudos que faço em casa... é uma inovação bastante desafiadora.

Eram todos gansos domésticos, descendentes tanto do Anser anser quanto do Anser cygnoides, provavelmente devia ter híbridos também. E meu chute para a espécie da nossa ~participação especial~, a garça, é Egretta thula. Isso tudo é tentativa de identificação, se eu errei em alguma coisa, por favor, corrijam-me!

Até mais, pessoal :)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Esboços aleatórios de aves (e um outro ser alado)

Zdravo, mundo!

Aí a pessoa passa, novamente, mais algumas semanas sem postar nada. Mas, se vocês ainda estão por aqui acompanhando este blog, serão recompensados hoje mesmo - e todos esses esboços (e mais alguns que resolvi não postar) foram feitos nos últimos dez dias! Uau! Eu mesma estou me sentindo bastante feliz e realizada com esse ritmo :3.



O primeiro é de uma borboleta. De acordo com ~~a internet~~, trata-se de uma Actinote pellenea, mas posso estar equivocada na identificação.



Depois parti para um esboço de rouxinol (Luscinia megarhynchos), com um colorido rápido no Gimp. Recentemente achei alguns tutoriais bacanas de desenhos científicos de aves. Resolvi então me focar nesse motivo, e me empolguei tremendamente! Agora brinco o tempo todo de identificar grupos de penas, em especial nas asas.



Aqui está um cisne (Cygnus olor) em andamento (ou "nadamento" /tum-dum-tssss). Dica: quando eles abrem as asas desse jeito, eles não estão sendo "lyndos" propositalmente ou fazendo cosplay de pedalinho, eles estão é tentando parecer maiores e mais ameaçadores.



Como classificação de gaivota é um caos, não me arrisco a dizer exatamente qual a espécie dessa ilustração; meu chute seria Larus michahellis ou Larus argentatus. Não fiz nenhuma indicação em grafite da mancha vermelha arredondada que esta gaivota tem no bico pois pretendo colorir esta imagem digitalmente.


É legal que, nesta de estudar mais aves, estou revendo meus arquivos de desenhos. Fiquei feliz em ver que, mesmo sem as informações técnicas que uso como referência hoje, muitos deles estão bastante satisfatórios; um que me deixou particularmente surpresa foi o Passer montanus.

Mas sempre é possível melhorar; dicas, sugestões e referências são sempre bem-vindas, nos comentários ou por e-mail.

E "isso é isso".

Muito obrigada por chegar ao final do post =)

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Bordados

Olá, mundo!

No capítulo anterior, escrevi um "Andei fazendo alguns trabalhos diferentes durante estas semanas", e acabei postando mais uma gravura do Toše.

Hoje finalmente vou postar os tais dos "trabalhos diferentes" (que, aliás, só são surpresas para quem não tem a sorte grande de conviver pessoalmente comigo e acompanhar as artes em tempo real, hoho). Eis:




Demorei para postar porque queria talvez publicar os trabalhos mais maduros, sedimentados... e isso vai demorar alguns anos, se for o caso. Então resolvi postar a história no começo. E acho que mesmo as experimentações iniciais já podem trazer um pouco de inspiração para vocês.

Na verdade, tudo começou com pixel art (outra "coisa diferente" a qual tenho me dedicado). Como referência e aprendizado, resolvi transformar em pixels alguns padrões geométricos de bordados folclóricos dos Bálcãs. É mais uma maneira de tentar entender, respeitar e apreciar essa cultura, por isso considero esses trabalhos muito como experimentação e aprendizado...

E só *vários* meses depois, tive o estalo: porque não transformar pixel art em ponto cruz?

Eu já tinha feito um pouco de ponto cruz anteriormente, mesmo na infância (que guria nunca?) mas só agora acho que estou entendendo um pouquinho melhor a parada.

Dica para a vida: se vocês resolverem praticar ponto-cruz, comecem com modelos *minúsculos*, 10 x 10 pontos, 16 x 16, o menor que puderem. Eu tentei começar com um 25 x 25 e quase desisti. É melhor fazer algo simples que você possa começar e terminar rápido ;).

Os modelos que me devolveram a motivação foram estas gralhas-cinzentas que ~le eu mesma~ elaborei. Podem tentar com elas, se quiserem. Óbvio, não é para bordar todas logo de cara, escolham a que vocês gostarem mais, cada gralha é pequenina, e você só precisa de linha cinza e linha preta.


Esse esquema bonitinho e retrô foi criado com o software livre Crosti. Em Linux (mais especificamente, derivados de Ubuntu) funciona, se alguém testar em outro sistema operacional, avise-me.

Vidimo se!

domingo, 3 de maio de 2015

Todor (3)

Zdravo, mundo!

Eu estaria inclinada a pedir desculpas pelo intervalo sem postagens. Talvez vocês realmente esperassem mais figuras por aqui (talvez?), e por isso eu devo pedir desculpas.

[/Início do momento de reflexão, se vocês quiserem, pulem para as figuras]

Mas, por outro lado, estive pensando nos últimos meses sobre o que é essa tal de "arte" na minha vida. Por coincidência [/carece de fontes], pesquisei também um pouco sobre comunicação não-violenta. Entre outros aspectos importantes dessas técnicas (que estou muito longe de dominar, não se iludam :D), está a sugestão de não rotular as pessoas. Parece evidente quando se trata de um rótulo negativo, mas, às vezes, mesmo rótulos aparentemente neutros podem trazer consequências ruins. Por exemplo, denominar-se "artista". Parece neutro, mas é algo que gera um bocado de deveres auto-impostos e expectativas que, muitas vezes, não têm a ver com o desejo sincero de produzir uma arte bacana e ficar feliz com isso. Escrevendo isso, talvez eu estivesse é mais acertando contas não com a "arte" em si, mas com essas expectativas.

[/Fim da reflexão, até que não escrevi tanto]

Andei fazendo alguns trabalhos diferentes durante estas semanas. Ok, alguns não tão diferentes assim - essa já é a minha terceira estampa do Toše Proeski (e, na verdade, a matriz anterior não funcionou...).


[xilogravura em papel oriental - c. 11,5 x 17 cm - 2015]


[xilogravura em papel oriental com flocos dourados e prateados - c. 11,5 x 18 cm - 2015]


[xilogravura em Hahnemuhle - c. 13 x 13,5 cm - 2015]

Ficou um bocado mais melancólico do que o Toše costuma ser feito, em especial as últimas cópias que ficaram um pouco carregadas de tinta, mas a cópia com um pouco menos de tinta ficou bem interessante. Já está virando uma série de gravuras-homenagens...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Encadernação romanesca 3/3

Olá, pessoas!

Enfim, a terceira e última parte do tutorial de encadernação romanesca. Agora sim, iremos para a costura!

Ressaltando: esse tutorial é exclusivo para uso pessoal e educativo, não-comercial. Entre em contato para qualquer outro uso, por favor!

Antes da costura, você deve fazer os furos na capa e nos cadernos; existem furadores próprios, que você encontra em lojas de artesanato ou costura, mas, no improviso, vale uma agulha mais grossa. Na costura mais simples, cada caderno tem dois furos - por conseguinte, a capa tem o dobro dessa quantidade. Sinceramente não tenho fórmulas para as medidas, importanté é que os cadernos não fiquem nem muito apertados, e nem muito soltos na capa.

A fórmula da costura pode parecer complicada (bem, eu fiz uma fórmula que eu nem sei se está certa só pra brincar um pouco mesmo!), mas na prática, acreditem em mim, é muito intuitivo.


Comece separando linha, se possível, o suficiente para costurar todo o livro. Eu costumo medir a distância entre os furos no caderno, multiplicar por dois, e multiplicar pelo número de cadernos depois. Em geral, até sobra linha depois dessa. Costumo utilizar linha para bordado, mas vocês escolhem livremente o que fica mais bacana. Afinal, a costura fica exposta e é decorativa!

Vamos pra parte que parece complicada, mas é fácil e intuitiva: comece juntando o caderno do meio na capa. Para facilitar, vamos numerar os cadernos de 1 a 5, chamar de a o furo do alto e de b o outro furo (seja do caderno, ou de uma das colunas da capa).


  • Se são cinco cadernos, o do meio é o de nº 3. Começamos com um nó simples para prender o caderno na capa, de dentro para fora. Agora a linha estará do lado externo da capa, e o caderno do meio estará preso apenas pelo furo superior - chamaremos esse furo de 3a.


  • Siga então para o furo de baixo da primeira coluna (1b). Agora a agulha e o fio estarão do lado de dentro da capa.


  • Então junte mais um caderno: passe a linha pelo furo b do caderno, depois pelo furo a, e saia pelo 1a da capa, juntando tudo.


  • Agora, o próximo será o logo em seguida do caderno do meio; nesse caso, é o caderno nº 4, e seguiremos para o furo 4b. Depois é só juntar o caderno 4, pelo mesmo procedimento da etapa anterior, e saindo pelo furo 4a...


  • Se você já fez encadernação, ou está fazendo agora, acho que já está pegando o espírito da brincadeira. O próximo caderno a se juntar é o nº 2. Siga então para o caderno nº 5. E depois? É só voltar pelo furo 3b para o caderno 3, juntar a linha no primeiro furo, dar um nó, e pronto!


  • Gente, se estiver muito confuso, avisem-me. Eu tento explicar melhor. Mas é fácil e intuitivo na prática...

    Depois de fazer um caderno mais simples, você pode tentar variações! Pode fazer dois ou até dois "bloquinhos" de costura. Pode utilizar um número maior de cadernos também, desde que seja um número ímpar. Para facilitar a vida de vocês, segue a ordem da costura dos cadernos para sete e nove cadernos:


  • Sete: 4, 1, 5, 2, 6, 3, 7


  • Nove: 5, 1, 6, 2, 7, 3, 8, 4, 9


  • E é isso. Espero que vocês possam se divertir um bocado criando os próprios cadernos. Comecei a encadernar há relativamente pouco tempo, achei apaixonante e quero dividir isso com vocês. Aprendi bastante com colegas. aos quais sou muito grata - mas também aprendi muito na internet, por isso acho mais do que justo dividir um tutorial. Qualquer dúvida ou sugestão, podem comentar. Se gostaram bastante do tutorial, considerem entrar em contato para adquirir alguma das gravuras ou cadernos artesanais ;)

    Hvala lijepa a todos!

    **Edição** - Links:
    - Parte 1/3 do tutorial
    - Parte 2/3 do tutorial

    segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

    Encadernação romanesca 2/3

    Se vocês acompanharam a primeira parte do tutorial de encadernação romanesca, já sabem do que se trata. Se não acompanharam, confiram! Essa é a segunda parte (e a mais eurovisiva e brilhante, haha).

    Lembrete, galera: tutorial exclusivo para uso pessoal e educativo, não-comercial. Por favor, entre em contato para qualquer outro uso! Se você gostou bastante do tutorial e gosta de trabalhos artesanais, não deixe de conhecer as gravuras e encadernações no blog e nas páginas ;)


    Conforme foi dito no capítulo anterior, a encadernação romanesca pede um número ímpar de cadernos. Sugiro cinco para começar.

    Calcule então as dimensões da capa. Lembre-se que, na montagem da capa (dura ou mole), você também deve considerar o sentido da fibra do papel. Para montar a capa dura, você precisará de црвени зелени жолти tecido, cartão e papel (a propósito, o cartão pode ser aquela base de bloco de papel de desenho), e para a capa mole sugiro a técnica de laminação, combinando tecido e papel. Acho que as imagens explicam o esquema, mas, qualquer dúvida, é só perguntar! Em ambos os casos, é bacana espalhar a cola com um rolinho, mas, na falta deste (improviso rules!), uma esponja dá conta do recado. Na laminação, costumo fazer uma capa um pouco maior, refilar, e depois dar um acabamento com cola nas bordas (para que o tecido não desfie).

    Já disse que hoje que improviso rules? Vocês podem combinar de diferentes maneiras o papel, o tecido e o cartão para criar a capa. Vocês também podem utilizar outros materiais como papel de parede, qualquer coisa de tecido (barra de calça, etc.)... experimentem!

    No próximo tutorial - a terceira e última parte -, teremos a costura. Até mais, lindxs :D!

    **Edição** - Links:
    - Parte 1/3 do tutorial
    - Parte 3/3 do tutorial

    Encadernação romanesca 1/3

    Olá mundo!

    Mais uma vez (já nem sei mais quantos posts começo assim), desculpem-me pelo ritmo mais espaçado de postagens. Pretendo compensar, apresentando uma pequena série tri fofinha: um tutorial de encadernação romanesca :).

    Não sou nenhuma especialista em encadernação. Quaisquer sugestões de aperfeiçoamento e dicas são bem-vindas. A encadernação é uma arte cheia de detalhes, em especial no acabamento, e o objetivo desses tutoriais é apenas dar uma visão geral desse tipo de costura. Sugiro que vocês comecem com papeis de rascunho (terão os bloquinhos de nota mais prendados da paróquia :D), e depois passem para outros materiais mais sofisticados, se o quiserem.

    Importante lembrar: esses tutoriais são destinados para uso pessoal e educativo, não-comercial. Para quaisquer outros usos, por favor, contate-me.

    Espero que vocês gostem :) (A propósito, se gostarem muito e quiserem apoiar meu trabalho de algum modo, cogitem a aquisição de alguma gravura ou caderno artesanal!)


    Esse primeiro tutorial é bem básico; na verdade, serve para vários tipos de encadernação.

    A primeira coisa que devemos verificar, ao planejar a construção de um livro artesanal, é o sentido da fibra do papel. O papel é feito de fibras que se entrelaçam mas, durante o processo de fabricação, um dos sentidos é o dominante. Para descobrir qual é, faça como na figura 1: pressione levemente o papel, como se fosse o dobrar, e verifique se ele "cede" mais no eixo horizontal ou vertical (no caso de uma folha retangular, normalmente é no eixo vertical). O ideal é fazer todas as dobras paralelas ao sentido da fibra do papel - ou seja, nesse sentido da menor resistência -, o que quebra menos as fibras.

    Agora vamos fazer os cadernos. Se vocês repararem, muitos livros/encadernações são compostos de vários bloquinhos de folhas dobradas; a esses blocos, chamamos cadernos. A dica é cortar a folha no dobro do tamanho da página, e dobrar ao meio. Para melhorar o acabamento, o legal mesmo é fazer a dobra paralela ao sentido da fibra do papel, e utilizar uma dobradeira ou algo similar para auxiliar. Eu normalmente uso uma colher de madeira, aquelas de imprimir xilo. Até um cartão plástico pode servir na hora do improviso :).

    Se vocês repararem, no caderno pronto, a borda do corte dianteiro (ou seja, a parte oposta à dobra) fica desalinhada. A dica é refilar essa parte: posicione a régua de metal (NÃO façam com régua de plástico, o risco de acidentes é maior) e corte, várias vezes, suavemente e do início ao fim, com um estilete de lâmina bem afiada. Sejam cuidadosos, amiguinhos!

    E é isso. A encadernação romanesca é caracterizada por um número ímpar de cadernos, a partir de cinco. Então minha sugestão é que vocês preparem cinco cadernos.

    Até a próxima, čuvajte se!

    **Edição** - Links:
    - Parte 2/3 do tutorial
    - Parte 3/3 do tutorial